Grupos de Leitura
1. “A coisa freudiana” e “A ciência e a verdade” – Escritos, de J. Lacan
Semanal, quartas-feiras, às 18h.
Presencial.
Na quarta-feira, 15/03/23, estaremos iniciando a leitura do escrito de 1955, em que Lacan traz a coisa freudiana para nos propor um projeto de retorno a Freud.
Projeto importante não só naquela época, pelo desvio que os psicanalistas do ego apresentavam com seu discurso da ego psychology, como nos dias de hoje, com a multiplicação de discursos desviantes em relação à coisa freudiana, ao discurso psicanalítico.
Não se trata, nesta proposta de retorno a Freud, de um retorno do recalcado, mas de um retorno vigoroso ao que não cessa de sustentar a psicanálise, inclusive em seu próprio desvio. Trata-se do retorno ao sentido primeiro que Freud, nela, preserva por sua simples presença: que não há quem não esteja afetado pela verdade – dizer freudiano que se inscreve no cerne da prática analítica.
Convidamos todos a virem ler conosco e verificarem como, neste primeiro texto, Lacan, a partir de seu projeto de retorno a Freud, demonstra a construção do discurso da psicanálise em sua radical singularidade.
Coordenação: Antonia Magalhães, Iaci Torres Pádua e Isabel Considera.
2. Textos Freudianos – “O problema econômico do masoquismo” e “Análise terminável e interminável”
Semanal, sextas-feiras, às 10h.
Presencial.
Em O Problema Econômico do Masoquismo, Freud avança a partir de, em “Além do Princípio do Prazer”, ter introduzido a pulsão de morte. Com isso, o masoquismo é tratado não mais como estado patológico, e sim em termos de economia.
Desse ponto de vista, uma tendência masoquista na vida pulsional dos seres humanos pode ser considerada misteriosa. Tomando-se em conta que os processos mentais são governados pelo princípio do prazer, é incompreensível que, no caso do masoquismo, a dor e o desprazer sejam o objetivo.
Freud relança a questão em Análise Terminável e Interminável no ponto da compulsão à repetição, que coloca um impasse quanto à questão da castração.
A leitura e discussão desses textos serão um fio para articularmos alguns conceitos que têm sustentação no interior da experiência de análise, quando nela se põem em jogo questões paradoxais que exigem operações de passagem para as quais, radicalmente, é necessária a posição do analista, pois não temos um saber prévio.
Coordenação: Cássia Fontes Bahia, Gracinda Peccini e Marilu Guerreiro.
3. Arte e psicanálise – Uma interlocução a partir dos textos de Freud e Lacan
Semanal, sextas-feiras, às 11h30.
Presencial.
Freud e Lacan foram ao campo da arte e da literatura, por diversas vezes, tanto para elaborar conceitos relacionados com a existência do inconsciente e sua estrutura de funcionamento, como para abordar questões clínicas.
A proposta desse grupo visa trabalhar na interseção entre os dois campos distintos, que se articulam, mas não se recobrem. Nesse sentido, é importante dizer que articulá-los desse modo, sustentando tal diferença entre os campos, implica, logicamente, tanto as interrogações trazidas pelo desejo daquele que se dispõe a esse trabalho, quanto as interrogações que atravessam a própria obra.
Decidimos iniciar, neste ano, com alguns textos freudianos que indicam sua posição no modo como aborda as questões de estrutura na interlocução com a arte.
Textos para o 1º semestre:
- Tipos psicopáticos no palco (1942 [1905-6])
- Escritores criativos e devaneios (1908)
- O tema dos três escrínios (1913)
- Transitoriedade (1916)
“Em suas criações, com bastante frequência, Michelangelo foi até o limite máximo do que é exprimível em arte; e talvez na estátua de Moisés não tenha alcançado um êxito completo, se é que sua intenção era tornar visível a passagem de uma violenta rajada de paixão através dos sinais deixados por ela na calma que se seguiu.”
O Moisés, de Michelangelo (1914)
Sigmund Freud
Coordenação: Cássia Fontes Bahia, Gracinda Peccini e Marilu Guerreiro.