top of page

Grupos de Leitura

1. “A dimensão clínica da psicanálise” – Norberto Ferreyra

Semanal, quartas-feiras, às 16h30.

Presencial.

 

     Vamos trabalhar o livro de Norberto Ferreyra, uma versão escrita do seu Seminário, realizado durante o ano de 2002, na Escola Freudiana da Argentina.

     "A Dimensão Clínica da Psicanálise" trata do que é indiscutível, de que a psicanálise é um discurso, o mais novo, segundo Jacques Lacan.

     Que esse discurso exista, na especificidade do discurso do analista, é algo que merece ser sustentado pela interrogação que produz a respeito do mal-estar que se encontra em toda cultura.

     A diferença com outros discursos é que o da psicanálise leva no laço social que sustenta as possibilidades de sua interrogação e sua subversão.

     A dimensão clínica é condição necessária para que essa interrogação e essa subversão ocorram, trazendo como consequência uma posição diferente de cada um frente ao mal-estar.

     Esperamos vocês para percorrerem, durante este ano, os passos lógicos referentes à dimensão clínica que segue o discurso analisante na transferência.

 

    

Coordenação: Edméa Roque e Sonia Damasceno.

 

 

2. “Subversão do sujeito e a dialética do desejo no inconsciente freudiano”

Semanal, quartas-feiras, às 18h.

Presencial.

 

     Em 2024, vamos trabalhar, no Grupo de Leitura das quartas-feiras às 18h, este Escrito de Jacques Lacan, o qual ele diz ter sido publicado para dar uma ideia do avanço em que sempre se manteve seu ensino, do que dele podia dar a conhecer.

     Lacan quer demonstrar o sujeito tal como a psicanálise o subverte a partir de sua práxis. Para isso nos leva à fronteira sensível entre a verdade e o saber, da qual se pode dizer que nossa ciência, à primeira vista, parece ter mesmo retomado a solução de fechar o que abriu.

     Nessa fronteira, no momento histórico da entrada da Ciência no mundo, algo se mexeu, talvez seja aí que a psicanálise se destaca, por representar o advento de um novo sismo.

     É por essa vertente que Lacan nos convida a retomar da fenomenologia de Hegel o serviço que podemos esperar dela: o de marcar ali uma solução ideal, um revisionismo permanente, no qual a verdade está em constante reabsorção naquilo que tem de perturbador, não sendo em si mesma senão o que falta na realização do saber.

     Entre outras coisas trabalha, neste Escrito, o grafo que produziu no Seminário sobre as formações do inconsciente com base na estrutura do chiste, que situa a subversão freudiana a partir da função do significante no inconsciente na medida em que o inconsciente está estruturado como uma linguagem.

 

Coordenação: Antonia Magalhães, Iaci Pádua e Isabel Considera.

 

3. Textos Freudianos

“Notas sobre um caso de neurose obsessiva”, “Homem dos Ratos”, “História de uma neurose infantil” e “O Homem dos Lobos”

Semanal, sextas-feiras, às 10h.

Presencial.

 

     Decidimos trabalhar nesse ano dois dos cinco casos clínicos exemplares de Freud: para o primeiro semestre, “Notas sobre um caso de neurose obsessiva” (1909), o “Homem dos Ratos”, e, para o segundo semestre, “História de uma neurose infantil” (1914), o também conhecido “O Homem dos Lobos”.

     A neurose obsessiva nos ensina e possibilita trabalhar uma série de questões fundamentais para a clínica psicanalítica, tanto o ponto de impasse para a entrada em análise, pela especial dificuldade da constituição da demanda analítica, quanto o que vai se mostrar como obstáculo a seu avanço, já que o obsessivo tem que se constituir, enquanto desejante, frente ao desejo do Outro. A dimensão do Outro precisa vir a distinguir-se como um lugar do qual o significante ordena o desejo, passagem difícil para o obsessivo com todas as suas tentativas de objetivação e objetalização no ponto da falha na estrutura.

     Outro ponto importante em torno do qual faremos girar as leituras e discussões diz respeito ao lugar que tem a função do pai na estruturação do sujeito da neurose. Nesse sentido, o primeiro nos mostra a construção de todo um circuito significante que se constrói em torno da dívida do pai, a ser relançada em termos da dívida simbólica e, portanto, impagável. Já o segundo nos traz a Outra Cena, o quadro fantasístico de sua constituição de sujeito.

 

Coordenação: Cássia Fontes Bahia, Gracinda Peccini e Marilu Guerreiro.

4. Arte e psicanálise – Uma interlocução a partir dos textos de Freud e Lacan

Semanal, sextas-feiras, às 11h30.

Presencial.

     Sigmund Freud e Jacques Lacan foram ao campo da arte e da literatura por diversas vezes, tanto para elaborar conceitos relacionados com a existência do inconsciente e sua estrutura de funcionamento, como para abordar questões clínicas.

     A proposta desse grupo visa trabalhar na interseção desses dois campos que são distintos, o da arte e o da psicanálise, campos que se articulam, mas não se recobrem.

Para nos mantermos na via da interlocução discursiva entre a arte e a psicanálise, este ano vamos seguir com um dos trabalhos mais importantes de Jacques Lacan no que diz respeito a ler, na criação do artista, o que é da estrutura do sujeito que tem a ver com o inconsciente. Vamos contar com algumas aulas do Seminário VI, O desejo e sua interpretação, nas quais Lacan trabalha Hamlet, de William Shakespeare.

     Não se trata, em Hamlet, de psicanalisar Shakespeare, fazendo uma biografia psicanalítica do autor. Trata-se, em contrapartida, de encontrar pontos em comum com a criação do artista e os conceitos que a psicanálise elabora. Em relação a Hamlet, Lacan confere uma referência decisiva à obra tomada no conjunto de seu processo criativo, ao afirmar:

   “Se Hamlet tem, para nós, um alcance de primeira ordem, é porque seu valor de estrutura é equivalente ao de Édipo […] A obra vale por sua organização, pelo que instaura de planos superpostos, em cujo interior pode encontrar lugar a dimensão própria da subjetividade humana.

    “Para dar profundidade a uma peça como se dá a uma sala ou a um palco, é preciso haver um certo número de planos superpostos, suportes, vigas, toda uma maquinaria. E é no interior da profundidade assim obtida que pode ser formulado, de maneira mais ampla, o problema da articulação do desejo.”

 

Coordenação: Cássia Fontes Bahia, Gracinda Peccini e Marilu Guerreiro.

bottom of page