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Curso de Formação Básica

“Jacques Lacan e o sentido do retorno a Freud”

2as e 4as quartas-feiras, às 19h30.

Presencial e on-line pelo Zoom.

 

     Vamos trabalhar no Curso de Formação Básica a partir do Seminário 1, de J. Lacan, Os escritos técnicos de Freud. Na abertura do seminário, Lacan situa que cada noção em Freud possui vida própria. Algumas lhe foram indispensáveis num dado momento, pois respondiam a uma questão, que só se apreende por ressaltá-las em seu contexto.

     Nossa tarefa é reintroduzir o registro do sentido freudiano. Nessa direção, vamos trabalhar os conceitos para circunscrever o que faz a especificidade da psicanálise, sua distinção no campo de uma práxis, que é radicalmente nova.

     Freud apareceu num século cientificista, mas se dá outras razões que aqueles de sua época se deram. Em suas premissas ousou dar importância àquilo que lhe acontecia, às antinomias da sua infância, às suas perturbações neuróticas, aos seus sonhos e colocou como enigmas, no meio de todas as contingências, a morte, a mulher e o pai.

     A psicanálise se constitui por uma volta às fontes e mal merece o título de ciência. É com os conceitos que Freud disseca o que é a realidade por sua ordem original, aquela que se liga à dimensão das próprias palavras, enquanto são instrumentos para delinear as coisas.

     Freud não deixou de tomar o que há de estruturado em termos de linguagem, mas não se expandiu no domínio especulativo, submeteu-se à natureza dos fatos e afastou-se da má linguagem ao considerar a noção de sujeito, introduzindo a si mesmo certo nível de interrogação.

Desde a origem, Freud sabia que só faria progressos na análise das neuroses se pudesse pôr o si mesmo em questão. Se a situação analítica é uma estrutura, seria preciso encontrar linhas de estrutura que permitissem localizar seu determinismo próprio.

     Segundo Lacan, se a análise tem algum tipo de ideal, não seria jamais o domínio completo de si mesmo ou a ausência de paixão. Estaria mais próximo de tornar o sujeito capaz de sustentar o diálogo analítico, de não falar nem muito cedo, nem muito tarde, ou seja, de que haja efeito do corte que a constituição do sujeito do inconsciente implica. Trata-se de que haja experiência de análise, que é experiência de divisão do sujeito.

     Lacan situa que a descoberta de Freud é não só a descoberta de um terreno não cultivado da razão, mas a fundação de um campo de sua técnica radicalmente distinto de qualquer prática até ali existente.

     Esperamos vocês para trabalharmos este momento inicial do ensino de Lacan, em que se fez necessário lembrar aos analistas de que seu instrumento de trabalho é a fala.

 

 

MÓDULO I: A situação analítica em sua estrutura.

 

MÓDULO II: O discurso e a denegação no processo de integração do eu.

 

MÓDULO III: O lugar do imaginário na estrutura simbólica.

 

MÓDULO IV: A báscula do desejo: o objeto e o eu.

 

MÓDULO V: Relação de objeto e o lugar da ordem simbólica.

 

MÓDULO VI: O conceito da análise implica a verdade que surge da equivocação.

 

 

Coordenação: Antonia Magalhães, Cássia Fontes Bahia, Cláudia Pitanga, Edméa Roque, Gracinda Peccini, Iaci Torres Pádua, Isabel Considera, John Walton, Manuela Fernandez, Maria Auxiliadora Bragança de Oliveira, Maria Isabel Fernandez e Marilu Guerreiro.

Bibliografia Básica:

 

- Obras de Sigmund Freud

Estudos sobre a histeria (1893-1895); Novos comentários sobre as neuropsicoses de defesa (1898); A interpretação dos Sonhos (1900); A psicopatologia da vida cotidiana (1901); O método psicanalítico de Freud (1904); Fragmento de análise de um caso de histeria (1905); Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905); Cinco lições de psicanálise (1910); O manejo da interpretação dos sonhos na psicanálise (1911); Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise (1912); Sobre o início do tratamento (1913); Recordar, repetir e elaborar (1914); Sobre o narcisismo: uma introdução (1914); Observações sobre o amor transferencial (1915); Repressão (1915); Suplemento metapsicológico à teoria dos sonhos (1917); História de uma neurose infantil (1918); Além do princípio do prazer (1920); Psicologia de grupo e a análise do ego (1921); O ego e o id (1923); A negativa (1925); O mal-estar na civilização (1930); Análise terminável e interminável (1937); Construções em análise (1937); Esboço de psicanálise (1940).

 

- Obras de Jacques Lacan

O estágio do espelho como formador da função do eu (1949); Função e campo da fala e da linguagem em psicanálise (1953); O Seminário, livro 1: os escritos técnicos de Freud (1953-1954).

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