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Grupos de Leitura

1. “A dimensão clínica da psicanálise” – Norberto Ferreyra

Semanal, quartas-feiras, às 16h30.

Presencial.

 

     Estamos trabalhando com o livro A Dimensão Clínica da Psicanálise, uma versão escrita do Seminário, de Norberto Ferreyra, realizado durante o ano de 2002.

     Norberto Ferreyra é psicanalista da Escola Freudiana da Argentina, fundador e presidente da Fundação do Campo Lacaniano. Nesse seminário sustenta pontos cruciais em relação à dimensão clínica da psicanálise, como ponto de entrada do que ocorre numa análise, não no sentido dos acontecimentos cotidianos, senão dos passos lógicos do discurso do analisante na transferência.

     Afirma ele que “as coisas nunca são limpas ou puras porque um sintoma implica muitas inibições, e é pela via do deciframento do sintoma que se pode aceder a elas. Não há acesso direto às inibições, a não ser que elas tomem um valor significante, pelo qual se pode sair da inibição se ela se tornar um sintoma”.

     Tomando os desdobramentos do nó borromeano proposto por J. Lacan para trabalhar as articulações possíveis dos campos do Real, Simbólico e Imaginário com as manifestações clínicas descritas por Freud de inibição, sintoma e angústia, em 1926, Norberto diz se tratar do mapa da clínica.

     Assim, estão em jogo as principais nominações que têm lugar na clínica: sintoma, inibição e angústia. São as nominações mais importantes para ordenar o mapa da clínica, o qual permite fazer diferenças clínicas pela relação do sujeito com a castração e, assim, entender o que é a dimensão clínica.

     Esperamos vocês em nossa sede, para essa experiência de leitura com questões tão importantes para a prática psicanalítica e para a nossa formação em escola.

 

    

Coordenação: Edméa Roque e Sonia Damasceno.

 

 

2. “O tempo lógico e a asserção da certeza antecipada”

Semanal, quartas-feiras, às 18h.

Presencial.

 

     Neste escrito de 1945, a partir do sofisma dos três prisioneiros, Lacan trabalha os passos de solução lógica, passos que estão marcados por uma tensão temporal na passagem de um para outro, em três tempos – o instante de ver, o tempo para compreender e o momento de concluir.

     Um sofisma na medida em que precisa ser contado faz aparecer, nesse próprio movimento de contar, asserções, dúvidas, decisões, escanções suspensivos, julgamentos, objeções, várias operações que percorrem a solução.

     A pressa em jogo diz respeito à precipitação do sujeito em relação ao ato; tem a ver com o tempo de uma psicanálise que é radicalmente diferente da pressa que domina nossa contemporaneidade. A radical temporalidade que Freud descobre no inconsciente é posta em função, por Lacan, neste escrito ao mostrar como nos encontramos tomados, estruturalmente, num movimento de antecipação e retroação temporal.

     Convidamos os interessados para trabalharmos a leitura articulada deste escrito, que é fundamental tanto para o ensino como para a clínica da psicanálise. Diz Lacan a seu respeito: “Possa ele ressoar uma nota justa entre o antes e o depois em que o situamos aqui, mesmo que demonstre que o depois se fazia de antecâmara para que o antes pudesse tomar seu lugar”.

 

Coordenação: Antonia Magalhães, Iaci Pádua e Isabel Considera.

 

3. Textos Freudianos

“Sobre o Narcisismo: Uma introdução (1914), As pulsões e suas vicissitudes (1915), Repressão (1915), O inconsciente (1915) e Luto e Melancolia (1915).”

Semanal, sextas-feiras, às 10h.

Presencial.

 

Durante esse ano de leitura e discussão dos textos freudianos, vamos trabalhar essas cinco obras. Entre 1914 e 1915 Freud estava trabalhando firmemente em torno das questões que fazem da psicanálise, sua invenção, uma prática radicalmente nova ao sustentar a hipótese da existência do inconsciente e a estrutura que implica o sujeito em questão na análise pela relação ao real que a própria experiência analítica põe em jogo. O inconsciente está estruturado como uma linguagem atravessa os textos freudianos, e a prática que se sustenta na fala vai encontrando em seus pilares conceituais suas consequências na direção do tratamento.

     Vamos traçar um fio lógico dos textos para ir encontrando e articulando os fundamentos da prática analítica. Por esses textos – desde a constituição do eu pelo narcisismo, que precisa de tempo para se constituir, se desenvolver; da questão econômica pulsional, tão determinante, seja por suas fixações e desligamentos, insistência e constância, seja por marcar um lugar de perda na estrutura do ser falante; da relação do inconsciente com a repressão, em que vemos Freud distinguir o modo como a neurose se estrutura pela operação da Verneinung e delimitar que aquilo que retorna é inconsciente, mas que o inconsciente não é todo ele o retorno do recalcado, há algo que escapa ao sujeito; ao luto necessário a se fazer no ponto da perda de objeto como um passo a ser dado na própria análise que redimensiona a posição do sujeito frente à castração – Freud vai delineando o terreno, os caminhos pelos quais, logicamente, temos que passar para atingir a estrutura.

 

Coordenação: Cássia Fontes Bahia, Gracinda Peccini e Marilu Guerreiro.

4. Arte e psicanálise – Uma interlocução a partir dos textos de Freud e Lacan

Semanal, sextas-feiras, às 11h30.

Presencial.

Em 2025 vamos seguir com a proposta de trabalhar na interlocução dos campos da arte e da psicanálise através da leitura dos capítulos que apresentam o “Problema da Sublimação” e a “Essência da Tragédia”, no Seminário, livro 7, de Jacques Lacan.

     Para cuidar das questões da sublimação, Lacan vai aos textos de Freud para trazer ao debate as dificuldades relativas ao campo pulsional, buscando tratar da complexidade deste campo, não só em suas possibilidades, como também, e até mesmo, em suas contradições. Faz isso, por exemplo, na análise da satisfação e da interrogação quanto a seu objeto.

     Nos capítulos que apresentam a “Essência da Tragédia”, Antígona, de Sófocles, é trazida por Lacan ao ponto central de suas articulações sobre a ética e o desejo. Nessa perspectiva, ele nos fornece um elemento novo à compreensão do sentido da tragédia pela via da função da catarse.

     No concernente ao desejo, “Antígona nos faz, com efeito, ver o ponto de vista que define o desejo”.

     Citando Lacan, “essa visada se dirige a uma imagem...”; “...que está no centro da tragédia, visto que é a imagem fascinante da própria Antígona...”.

     “É ela que nos fascina em seu brilho insuportável naquilo que ela tem que nos retém e, ao mesmo tempo, nos interdita, no sentido em que isso nos intimida, no que ela tem de desnorteante -– essa vítima tão terrivelmente voluntária.”

     É no tocante a esse ponto de atração que Lacan nos aponta onde buscar o verdadeiro sentido, o verdadeiro cerne da tragédia.

     “Antígona é levada por uma paixão, e trataremos de saber por qual.”  

Coordenação: Cássia Fontes Bahia, Gracinda Peccini e Marilu Guerreiro.

Práxis Lacaniana / Formação em Escola

CNPJ: 74.082.637/0001-00

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